domingo, 24 de maio de 2009

CRONICA DO REGRESSO




O REGRESSO

Os mais de cinco mil quilómetros para chegar ao destino foram, por vezes, dolorosos

O regresso, já sem um objectivo desafiador, vai ser bem mais difícil. Embora se torne muito mais fácil viajar com os carros vazios o voltar a enfrentar as fronteiras, os controles, calor, poeira, são elementos desesperantes. e carimbos dos passaportes e nalgumas fronteiras voltar a pagar. 

DESTINO GAMBIA

Despedida do Complexo Turístico de Uaque


com uma lágrima, já de saudade, do Felipe. O Felipe ficou a merecer o meu carinho, pela sua dedicação e amabilidade, pela sua preocupação no nosso bem estar e em nos proporcionar o melhor que estava ao seu alcance. Talvez um dia possa aceitar a tua proposta e ser tua convidada por uns dias.

Carros abastecidos, e a andar porque vamos ter de enfrentar duas passagens em ferry e as fronteiras de saída da Guiné, entrada no Senegal,  na Gâmbia, alguns 20 kms de pista de poeira e saída da Gâmbia.

GPS apontado a Bissora, travessia do Rio Cacheu em S. Domingos

Tentativa de ‘inaugurar’ a ponte construída por portugueses com o privilégio  do nosso companheiro Paiva ser amigo do Director de Obra. Não foi possível por razões burocráticas porque a ponte está mesmo pronta; atravessou-se de jangada.

Saída por Ingore, com as habituais formalidades facilitadas por conhecimentos «entre mulheres»

Mais uma travessia mas agora num ferry bastante melhorado

Entrada pelo Posto de Senoba com relativa facilidade.

Casamance vive um período tranquilo.
Almoço em Ziguinchor na unidade turística onde pernoitamos em 2008.

Houve diversas más opções e neste trajecto assinala-se uma: não é prática fazer quilómetros à toa sem prever previamente onde passar a noite. Depois aparecem as queixas da difícil condução nocturna, cansaço e os perigos daí resultantes. Pois… a tal falta de rigidez já confessada!!

Decidiram chegar a Kaolac. Hotel? Sim, conhece-se o Hotel de Paris mas--- não há reserva e vamos chegar muito tarde. Depois se verá.

Em 2008 alguém disse ter atravessado os 20 kms mais caros do mundo.

Temos agora à nossa frente a travessia da Gâmbia, alguns 20 kms de pista de poeira. A travessia da Gâmbia não teria nenhum interesse para além de dar a conhecer o país aos  participantes.

Entrada por Suma, pagamento  na alfândega do equivalente a 500 Dallasys por viatura. Saída por Parafenni.

A moeda corrente Francs CFAs vigora, a partir do Senegal, em toda a União Oeste Africana. Com um calor tórrido, um enxame de moscas, ‘moscas’ e outro enxame de moscas ‘humanas’ tentavam vender Dallasys com o argumento de que o pagamento dos vistos em CFAs seria muito mais elevado.
Apresentaram contas de câmbios, sem fim, porque não aceitavam a nossa recusa. Óbvio, esta é uma das formas de ganhar a vida em todas as fronteiras.

Teimosa e maufeitio levou adiante a decisão (depois de consulta a outros elementos) de usar CFAs.


Não dá para entender a escolha deste percurso, mais longo, mais perigoso, fugindo a Banjul e a algum alcatrão.
A Gâmbia não é um percurso seguro; há guerrilheiros que se confundem com tropas regulares e há sempre o risco de pilhagem ou pior.

Estrada satisfatória e chegada noite alta a Kaolac e ao Hotel Paris; completo. Este facto ou o adiantado da hora abriram o apetite aos nossos GM (grandes missionários) e ali mesmo se improvisou piquenique, para alguns (efectivamente não tinha havido oportunidade para jantar).

Entram em acção Paulo Barata e Fernando Mendes e depois de várias buscas e muito cansaço lá se arranjaram duas ‘hipótese’ e o grupo dormiu separado. Para espanto, pela manhã, procurando pequeno-almoço, encontrámos um belíssimo hotel mesmo … ali ao lado!

Novo dia, nova jornada –  Gossas, Diourbel, Thiès,  destino Hotel La Croix du Sud  Dakar.

O grupo dividiu-se; a cisão era já facto consumado mas não era preocupante desde que nos fossemos reunindo nos espaços críticos.

O GM Areal Maia queria conhecer o Lago Rosa, vários aderiram e foi compensador brincar (e atolar) nas areias soltas da orla marítima.

Outro dia, pequeno almoço no Hotel, abastecer as viaturas e visita à DAKARNAVE onde os nossos companheiros Mário e Vítor eram esperados pelo seu patrocinador da viagem. Momentos agradáveis para a fotografia.
Bons companheiros o Mário o Vitor, muito jovens mas muito seguros de si; arrojados na sua condução e de trato agradável. Boas fotografias e boa disposição.
Pena não ter tido oportunidade de aproveitar melhor a sua convivência mas o peso da responsabilidade das «preciosas cargas» (participantes a bens) porque me tinha responsabilizado não facilitou.
Uma menção a outro GM - o Esteves 'bajuda' - bom companheiro, sempre conformado, sempre com uma piada ou brincadeiro sobre tudo e nada e ...sempre lá! também com ele perdi oportunidades de convivio saudável.

Um grupo faz o ‘tour’ de Dakar, sempre em movimento, já com destino a Saint Louis.

Os veteranos descobriram um DAKAR diferente visto pela costa norte; sem a sujeira e os abutres do porto mas com um Atlântico magnífico e belas casas na falésia. 

Vamos sai cedo de Saint Louis. No ar sente-se uma calma aparente com desfiles de contestação.

A situação política ou social dos países que atravessamos não nos interessa. Preocupam--nos  sim os inconvenientes que nos podem causar.

À chegada ao Hotel a Cristina Monteiro e uma parte do grupo ficou no passeio observando o desfile dos manifestantes; quando terminou percebeu que lhe tinham roubado o telemóvel. Alguém afirmou também que, a tempo, tinha deitado a mão ao bolso onde guardava a carteira. Teve sorte, tinha sido a tempo.

A polícia está a vedar a rua ao trânsito e obriga parte do grupo a contornar pelas ruas secundária; houve aqui uma discrepância do Fernando Mendes que não deu para entender mas, como eram já frequentes, não são importantes.

Na estrada rumo a Djama.  Formalidades cumpridas dentro da normalidade e normalidade é pagar… voltar sempre a pagar.

Entrada do Parque de Diawling, novamente € 10 por pessoa. Discute-se, consegue-se que os jovens não paguem. Foi uma vitória!

Pó e mais pó mas progride-se rapidamente; estamos quase a deixar para trás o Senegal; pensávamos nós.

Começa-se pelo posto de Polícia para carimbar os passaportes; Majoup acompanha-me e esteira-se numa tarimba; o senhor agente quer ser simpático e galanteador; o fumo é tão denso que os passaportes e a portadora saiem a cambalear.  Mas o custo do carimbo de saída foi discutido e reduzido.
Segue-se a alfândega, sem nada a declarar; faz-se a saída dos veículos.
A ‘bendita’ ponte com portagem e nova discussão – há que pagar! Passamos.


MAURITANIA – Tão perto mas tão longe

Há dois dias que insistentemente tento ligação telefónica com Yousouf, sem sucesso. Estou crente que da fronteira, sendo já uma chamada dentro do país, se vai conseguir comunicar.
Telefone inacessível leva a comunicar com Brahim e a terrível informação acontece: Yousouf viajou para Portugal.

Não obstante todos os ‘mensageiros de desgraça’ digam… eu não disse!!! Há que manter calma e procurar a solução para o grande problema de entrar na Mauritânia sem vistos.

Quem se lembrou?

…alguém teve presente os acontecimentos políticos recentes?
2008 Agosto 06

Chief of state: Gen. Mohamed Ould Abdel AZIZ, President of Military High Council of State (since 6 August 2008); note - AZIZ deposed democratically elected President Sidi Ould Cheikh ABDELLAHI in a coup 
head of government: Prime Minister Moulaye Ould Mohamed LAGHDAF (since 14 August 2008) 
cabinet: Council of Ministers 
elections: following the August 2008 coup, the Military High Council of State pledged to hold a new presidential election and subsequently scheduled it for June 2009»


A Mauritânia é governada por uma Junta Militar e tem eleições marcadas para o próximo mês – as tropas e a oposição têm perspectivas diferentes. Há diferendos e partidarismos internos e actualmente nos países estrangeiros não há legalidade na concessão de vistos.

Yousouf pensava viajar com os GM no regresso a Portugal mas teve que precipitar a sua partida.

Contactado em Portugal através do Instituto Luso-Arabe de imediato ‘tentou’ ajudar-nos mas sem sucesso.

Entretanto na fronteira procura-se solução. O facto de sermos amigos de Yousouf não nos estava a ser favorável.

Calma, há que manter a calma mesmo sem a compreensão e ajuda de alguns companheiros.

O agente policial responsável parece satisfeito com a situação que está criada. A um suspiro incontido apressa-se a perguntar se algo incomoda na Mauritânia. Um sorriso… e… claro que sim, senhor agente, o pó do Senegal!!

Bingo! Conseguiu-se dar a volta ao senhor agente que garante ajudar-nos o máximo dentro das suas possibilidades.

Telemóvel na mão e contacto a Bango ao Hassan. O Hassan vai resolver o nosso problema, vai arranjar-nos os vistos o mais rápido possível --- dentro de 24 horas! Azar! Hoje é sábado, fim-de-semana Islâmico (sexta-feira e sábado) só amanhã domingo o Ministério do Interior da Mauritânia em Nouakchott estará aberto para nos enviar a autorização de entrada via fax.

24 horas. Uma eternidade! (e as 24 horas da história Bijagós nem foram longas!)

Temos que reentrar no Senegal. Sem problema; não há formalidades e amanhã voltaremos a sair. Não fomos os primeiros apanhados por esta situação nem seremos os últimos; assim nos garantem para nos consolar.

Rumo a Bango e depois de algumas hesitações lá se descobre o Auberge e o Hassan

HASSAN  MAIGA «  le touareg un homme du désert»
Sentindo-se o desagrado e desconfiança de quase todos, tivemos um acolhimento impecável.
O Hassan prontificou-se a enviar por fax a listagem dos GM para Noaukchott e usar todas as suas influências para obter os vistos o mais cedo possível.

Teríamos que voltar a pagar os vistos - outros €61,50 por pessoa, um aproveitamento da situação incontornável.
Hoje, em Lisboa, obtêm-se novamente vistos para a Mauritânia
Contacto: Sr. Avelino - Tlm: 916 309 875 
O Hassan dizendo que para nos ajudar cobraria apenas € 10 por pessoa pelo jantar e alojamento. Como se não soubessemos o 'belo negócio' que está a fazer com um auberge à beira da fronteira.
Dispunha de 2 quartos com casa de banho mais um sem casa de banho; poderíamos dispor do acampamento e da tenda berbere que se apressou a mandar montar. Havia mais duas casas de banho e água (quente) com fartura. Tudo era satisfatoriamente asseado.
Para deleite de alguns havia dois computadores com acesso à internet (gratuitamente)
E um jantar tipicamente árabe com que todos se empanturraram.
Parece que ‘uns’ gostaram demais desta paragem , tiveram oportunidade de viver uma noite numa tenda berbere, conviver de perto com gente local
’uns’ tiveram discoteca para descomprimir
‘outros’ deveriam criticar menos e prestar mais atenção às ‘feromonas’ e ao ‘eterno feminino’ em desespero
‘Outros’  ainda não perderam a cabeça mas ficaram com ela ao contrario
Uma blague  inconsequente,  Miguel mas fruto de um instantâneo de um fotógrafo que estava lá.

Tanta incompreensão e critica destrutiva, quanta maldade demonstrativa da má formação e falta de princípios de algumas pessoas arvoradas 'em bem'. Pessoas que conspurcam a palavra amizade, camaradagem, apoio e até humanidade.
Só o vedetismo, o uso da Missão e dos meios de comunicação social, a utilização da credibilidade das entidades envolvidas para proveito próprio, parecem ter motivado a adesão a uma acção de voluntariado.
Felizmente que se refere uma minoria mas mesmo assim, talvez pelas acções humilhantes e sem dignidade, não vai acontecer se houver outra Missão, aceitar inscrições de quem não tenha cumprido um calendário nacional de actividades. 
Nunca foram prometidas facilidades; pelo contrário, sempre se afirmou que a viagem não era isenta de riscos  e embora tentando salvaguardar todos os imprevistos, qualquer coisa poderia correr mal.
No final e contra os maus agoiros a autorização do Ministério do Interior via fax chegou no final da manhã. Contas feitas com o Hassan e estamos livres para voltar à estrada e seguir rumo às fronteiras e depois a Nouakchott.
Alguém desnecessariamente desconfiado exigiu a companhia do Hassan até à fronteira indo ao exagero de alvitrar que só lá se procederia à entrega do dinheiro. Foi uma ofensa que originou uma dura reacção, compreensível. O Hassan acompanhou-nos até à entrada da Mauritânia só se despedindo depois de estarem as formalidades de entrada cumpridas.
Vai ser um dia longo até Nouakchott. Ora mais juntos ora separados, progride-se com ritmo e chega-se antes da noite fechar.

SURPRESA  à chegada ao Hotel Halima. Confirmaram-nos as reservas não obstante termos chegado um dia mais tarde. Os primeiros a chegar fizeram check-in e houve quem subisse de imediato ao quarto. Os outros pararam à porta do hotel e informaram que iam à procura de alojamento mais barato.
A reserva tinha sido feita a conselho do Fernando Mendes que conhecia  Hotel da viagem de regresso em 2008
http://correratrasdesonhos,blogspot.com
Cap.3º :<<
Convém deixar a informação e conselho a futuros visitantes desse Hotel: levem uma faca de mato.  Foi bem útil ao nosso companheiro Jorge que passou parte da noite a matar baratas ( cafar ou cucarachas)  à facada. No stress Jorginho!!! Isto é a Africa que querias conhecer!>>>

Se está certo procurarmos melhores condições, todos teríamos o mesmo interesse. O que se depreende é que os outros na dúvida de chegarem a horas de poderem procurar outro alojamento rumaram ao Halima,  Era cedo, foi fácil alugarem apartamentos para todos na rua perpendicular ao Hotel.
Teria a diferença sido assim tão significativa? Terá havido outras razões? Falta de ascensor ou ainda outras?
Os primeiros e os outros deixaram combinado partir cedo para se conseguir chegar a Dahkla passando ao lado de Nouahdibou.

Mais uma vez o cedo foi ilusório; uma das viaturas não tinha abastecido, houve que esperar.  Entretanto organizou-se almoço piquenique porque não iria haver tempo nem condições para almoço.

Faltava pouco para entrarmos em Marrocos..

Bir Gendouze e as formalidades. Eles têm todo o tempo; devagar vão carimbando os passaportes, sem entusiasmo porque já não esperam presentes. A alfândega só pode fazer a documentação de entrada das viaturas depois dos passaportes dos proprietários já terem  o carimbo de entrada. Isto torna o sistema ainda mais demorado.

Formalidades cumpridas e alguém alerta – o Opel está a ser revistado minuciosamente, até as garrafas plásticas que o João e o Ricardo tinham cheias de areia estavam a ser observadas.

Uma troca de palavras com o chefe da brigada fiscal e foi mandado concluir a fiscalização e seguir viagem.

A noite aproxima-se, ainda falta passar El Argoub.

O Mitsubishi do Fernando Mendes lança uma fumarada negra, está com problemas e tem que parar.  O Fernando e a Cristina decidem ficar na área de serviço (tem hotel) e pedir a assistência em viagem. Parte do grupo tomou conhecimento da situação quando a assistência em viagem já tinha sido activada.

Afinal... alguém, durante a viagem, tinha várias vezes afirmado que se houvesse expulsões o 'big brother' já tinha ido várias vezes. Quem diria? Afinal... até foi
Com alguém menos obstinado teria sido aconselhado chegar a Dahkla; eram muitas viaturas que se poderiam revezar no reboque, sem riscos. Mas deixa-lo não era problemático; o Fernando já tem os livros todos - só vai precisar de os ler melhor se empreender uma viagem semelhante sem apoio organizativo.
Não se pode deixar de comentar; as críticas feitas a outras viaturas, o receio que não 'aguentassem' a viagem... traduziu-se em 3 avarias sendo a última irremediável e impeditiva do normal regresso.  Nunca na vida ninguém sabe tudo e o auto-convencimento geralmente prega partidas - que haja proveito para futuro.

ESTAMOS EM MARROCOS  a que costumo chamar « o ponto mais ao sul da Europa».
Embora o Sahara Ocidental não seja isento de riscos eles são muito menores dos da África subsahariana. Ninguém se perguntou porque a TTT teria feito questão em fazer seguro de viagem por cada um dos participantes? Ou será que ninguém notou, no Ibis, a presença da representante da Seguros Zurich a prestar-nos apoio e entregar as apólices? Ela esteve no briefing e deixou a garantia de nos trazer de volta se fosse necessário. 
Com a declaração do Paulo Barata de ter decidido ficar dois dias com a família na praia deu-se a cisão definitiva no grupo dos GM. Não foi grave, era até demasiado evidente pelas atitudes de necessidade de independência de algumas pessoas.
Foi caricata a perseguição ao Hamer Simpson mas se conseguirmos não vomitar, como  'animação' talvez dê para rir
Uma informação preocupante já nos tinha chegado. Conhece-se o território suficientemente para não ter havido alarmismos desnecessários  -- há falta de gasóleo nas áreas de combustíveis-- só há gasóleo em LaAyoune...
Estamos num território em que uma fonte de rendimento é  contrabando de combustíveis e onde o gasóleo é o mais barato de toda a costa oeste africana.
Já vivi um filme semelhante numa expedição anterior - foi a própria 'gendarmerie' que nos arranjou gasóleo ( e nos ofereceu um almoço com lagostas). 
Mas, para maior tranquilidade, um SMS da Aurora Belo informava onde poderíamos abastecer já na estrada para norte.

O tempo pregou a partida ao Mr. Paulo Kafar! A proximidade marítima trazia um ventinho frio, o sol nem tinha coragem para aparecer. Talvez Tan-Tan Plage ou Agadir…

A partir de agora os chamados < resistentes> decidiram sair cedo rumo a Tan-Tan Ville.  Ao Rachid, por telefone, foi pedida a reserva de Hotel porque não nos tinha agradado o de Tan-Tan Plage na ida. 
O almoço no Bojador que havia ficado prometido na ida, realizou-se mesmo. 
 Rumo a Tan-Tan para mais uma noite, cansados, jantámos com pouca vontade e dormimos no Sable d’Or

Para nossa surpresa, já no final do jantar, vimos chegar o grupo restante que também pernoitou no Hotel.

As grandes dunas estavam ultrapassadas , estava desfeito o encantamento do deserto.
Os resistentes decidiram sair cedo para um almoço em Agadir, um passeio relaxante na marginal e chegar a Essaouira para jantar na cidade e dormir no Hotel Borj Mogador.
Foi a vez do Paulo Kafar 'dar a volta' ao polícia. Um 'tête a queue' improvisado sobre um contínuo na  bela marginal da' dita' praia mais bela de Africa e tunga! Colegas... entendem-se mesmo na linguagem gestual.
Cumpriu-se e o tempo chegou para tudo.
O grupo também jantou na cidade e permaneceu num hotel próximo.

O Paulo Barata ainda não tinha abdicado das tais férias com a família (com muita contrariedade da docinha Dany). Mas Allah favoreceu-a a ela; o tempo não convidava a férias e… Toyota na estrada rumo a casa.

Passagem rápida por El Jadida com visita ao forte português.

Auto-estrada para Tanger, viagem muito rápida, é muito mais simples rolarem dois carros que uma caravana de oito (mesmo sem intercomunicadores).

Paragem para almoço numa área de serviço; belo almoço e bem descontraído.

Surpresa… surge parte do grupo também para almoçar.

O dia rende… Tanger à vista e

O último erro desta viagem

O Paiva e o Bré estão sequiosos das suas «meninas» ai-ai!! O que as mulheres fazem aos homens!!

Podia ter corrido mal. Contra minha opinião, mas sem a tal firmeza a que já me referi e de que me arrependo, opinião também do Areal,  decidiu-se, mesmo assim, atravessar o estreito.

Paragem na bilheteira da COMARIT . 


Apontam-nos para o fast ferry das 19 horas da FRS para Tarifa. Temos menos de 45 minutos para atravessar Tanger e entrar no embarcadouro. Duvido! Há outro ferry às 21 horas.

Guerra de nervos para vencer o trânsito; a TD5 transformada em carroção é agressiva, consegue intimidar os destemidos mouros e chegamos à entrada de alfândega em cima da hora.

Há que carimbar passaportes pela última vez. Tudo é lento para a nossa pressa mas a fila para embarcar é tão grande que as possibilidades são nulas. Ficamos no cais para o ferry das 21.

Pois, o ferry das 21 nem era fast nem saiu às 21, nem às 22, nem às 23…saiu no dia seguinte!

Parados no cais, sem poder sair, sem jantar, com o cansaço a vencer, roemos uma maçã, bebericamos um sumo. Bolas! Que estupidez de fim de festa!

Mas há pior

. Liga o Paulo Barata; está em Moulay Bousselham para dormir (sortudo!) mas não consegue levantar dinheiro na ATM .

Não tem provisão suficiente para comprar o bilhete do Ferry! Respira, sortudo! Na bilheteira da Comarit onde no ano passado compramos os bilhetes, têm pagamento automático. Boa viagem, companheiro.
 Fica outra informação: na área de serviço de Kenitra pode-se pagar o combustível com Visa e receber troco em Dirhams.

. Liga O Rachid; um dos GM deixou o passaporte no Hotel Sable d’Or em Tan-Tan Ville.
Não sabe dizer de quem mas nesta altura sou mesmo impotente para ajudar quem quer que seja.
Ainda tento várias ligações mas ninguém me atende o telefone.
Mais tarde o Lau comunica-me ter sido ele o 'infeliz'; correu mal na fronteira, correu mal para regressar a Tan-Tan (havia greves de transportes) mas correu bem... acabou por conseguir regressar com uma boa aventura para nos contar.

Não estou a sorrir... fez falta a 'porcaria' da organização:
- ao longo de toda a viagem, em todos os hoteis NUNCA ninguém entregou o Passaporte ou preencheu a ficha da recepção. Benditas Fichas de Hotel!
- em 2001 entrou e saiu de Marrocos 'um clandestino' que nem B.I. tinha consigo. Influências  e facilidades são para quem as tem.

Pior ainda

Chegamos a Tarifa já madrugada, vamos procurar hotel.
Percorremos o centro, todos «completos» Desistimos do centro, rumamos à Maison de Sancho, completa. Torre de La Peña, completa. Seguimos para Cadiz, percorremos o centro; não há alojamentos fim-de-semana e semana santa em Espanha.

O Areal e o Bré pareciam dois autómatos estremunhados. Pensou-se encostar numa área de serviço e dormir um pouco porque não tarda será dia.
E ainda

A bateria do Defender do Areal, estava a aquecer e antes de Cadiz ‘entregou a alma’. O Bré passa a bateria do Defender para o Toyota e liga a suplementar. Azar… também está  ‘nas lonas’.

Seguimos mesmo assim mas cada vez que se parar o TD5 terá que se por a trabalhar com os cabos e a bateria do Defender. Capicce?

Encostamos numa rua costeira muito iluminada; só dá para fechar os olhos e aguardar que seja dia para abastecer e continuar a rolar.

Passou quanto tempo? Pouco calcula-se. O Areal e o Paiva querem sair dali por não ser seguro. Viram uns matulões a partir retrovisores de carros estacionados.

Defender ao lado do TD5, cabos em acção – chega a polícia. São tranquilos os agentes, não podem passar mas esperam calmamente ‘o fim dos trabalhos’.

Área de serviço, a diferença horária com Espanha até deu jeito, abastecimentos e … estrada.
Foi muito duro mas chegámos a Campo Maior para almoçar. E rumámos a Tomar para depois seguirem até Miranda do Corvo e Maia.



FIM DE UMA MISSÃO E COMEÇO DE ALGUMAS AMIZADES. 

























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